O
processo histórico percorrido para que isso fosse possível foi longo, sinuoso,
marcado por grandes crimes e por grandes tormentas. Durante anos o manto cinza
de um Estado ditatorial e autoritário abafou as vozes discordantes no
Parlamento, na imprensa, nos sindicatos, nas universidades e nas ruas, fazendo
do arbítrio e do abuso de poder uma fonte perversa de legitimação do poder
constituído. O poder não vinha do povo e em seu nome não era exercido. Como já
se disse, “a justiça sem força e a força sem justiça são desgraças terríveis”.
E milhões de brasileiros e de brasileiras tiveram a totalidade ou grande parte
das suas vidas submetidas a este terrível cenário. A nossa justiça não tinha
força para ser justa; a força do nosso Estado se impunha longe da justiça.
Foram anos de chumbo, de arbítrio, de desesperança, de medo.
Muitos
deram seu sangue, suas vidas, sua juventude, seu bem estar, seu talento, para
que o “amanhã fosse outro dia”. E, para nossa felicidade, o ontem se perdeu no
tempo e o amanhã passou a ser o que hoje vivemos. Não foi fácil chegar até
aqui, mas nós chegamos. A liberdade, alguém também já disse, “é a possibilidade
de duvidar, a possibilidade de cometer um erro, a possibilidade de procurar
experimentar, a possibilidade de dizer não a qualquer autoridade – literária,
artística, filosófica, religiosa, social e mesmo política”2. E hoje nós somos
livres para duvidar, para arcar com os custos dos nossos erros e das nossas
experiências. Somos livres para dizermos, nos limites dos nossos direitos,
“não” a qualquer autoridade. Inclusive para as que possuem o poder político.
Essa
liberdade democrática, todavia, não nos torna perfeitos e acabados. É
necessário que a nossa democracia real seja aprofundada. A exclusão social, em
quaisquer das suas dimensões, deve ser combatida com vigor pelo Estado e pela
sociedade. A miséria precisa ser eliminada. A cidadania formal outorgada pelas
nossas leis precisa ser real, efetiva. A distinção entre o público e o privado
precisa ser garantida dentro de um processo de construção política e cultural
de dimensões verdadeiramente republicanas, deixando o plano da retórica dos
palanques eleitorais e assumindo a condição de uma verdadeira diretiva de
conduta para os que governam para os que legislam e para os que julgam.
Ainda
temos muito a caminhar. Mas o peso destes encargos não pode fazer com que,
hoje, deixemos de brindar o sabor da democracia que a todos nós encanta e enche
a boca de satisfação e orgulho. Foi esta democracia que permitiu que apesar de
todos os preconceitos um operário, um metalúrgico, sem título universitário se
transformasse, pelo voto popular, em Presidente da República, e com isso viesse
a transformar o Brasil. Milhões de brasileiros passaram a comer mais, a
trabalhar, a estudar, a viver com dignidade, a ter luz nas suas casas. Deixaram
a condição de meros cidadãos formais para serem cidadãos reais.
Representando
os brasileiros, o monoglota Luis Inácio Lula da Silva falou em português, no
estrangeiro, a língua da paz e da soberania, ficando anos luz longe dos nossos
líderes poliglotas que, no passado, falaram a língua da subserviência e da
submissão aos mais poderosos. Assumiu, com seu talento, a condição de
verdadeiro líder mundial. Passou a ser visto internacionalmente, pelo respeito
que trouxe para a sua atuação, como “o cara”.
Podemos
dizer hoje que o Presidente Lula, ao final do seu governo, nos deixa, dentre
outras, duas grandes lições. E também um grande desafio. A primeira lição foi a
de ter destruído o ideológico e elitista mito platônico de que um bom governo
apenas seria possível quando os “reis fossem filósofos” ou os “filósofos fossem
reis”. Hoje sabemos que um operário, um trabalhador, pode se fazer respeitar e
ser respeitado, transformar e ser transformador, governar e ser governante
legitimamente afinado com os desejos da maioria da população, mesmo sem ter
recebido as láureas da instrução formal em bancos universitários. Um bom líder
pode ter a sua formação complementada nos bancos escolares, mas a sua formação
essencial deve ser feita pela vida, pela dimensão humana de saber ouvir a voz
das ruas, venha ela dos bairros pobres ou dos bairros ricos, e orientar
condutas com a simplicidade daquele que realmente quer que todos compreendam as
razões dos seus gestos e o conteúdo dos seus comandos.
Liderar é antes de tudo saber compreender a
realidade e fazer com que os liderados compreendam o caminho da sua liderança.
E Luis Inácio Lula da Silva soube fazer isso como ninguém. A segunda lição foi
a de que mesmo usufruindo de uma monstruosa popularidade, não buscou, enquanto
Presidente da República, estratégias ou artimanhas destinadas a ampliar o seu
próprio período de permanência no poder. Quantos governantes letrados e bem
formados em grandes universidades brasileiras ou do estrangeiro resistiriam a
tentação de não mudar o texto da nossa Constituição para obter, em seu favor,
um novo mandato, quando era sabido e ressabido que o sentimento da maioria
expressiva da nossa população aceitaria de bom grado esta mudança? Sem dúvida
poucos.
Muito
poucos teriam esse indiscutível gesto de grandeza, este compromisso democrático
demonstrado por um líder operário e monoglota que definitivamente inscreveu o
seu nome nos anais da nossa história. E qual o desafio que teria nos deixado o
Presidente Luis Inácio Lula da Silva? O desafio de que o governo que o suceder
possa vir a fazer um governo igual ou melhor que o dele, superando ainda outro
preconceito: o preconceito de que mulheres são mais frágeis que os homens e por
isso não sabem e não devem comandar. Lula e as forças políticas que deram
sustentação ao seu governo elegeram com o apoio de milhões de brasileiros a
primeira mulher a ser Presidenta da República em nosso país, a nossa querida
companheira Dilma Rousseff. Se os trabalhadores tiveram em Lula o libertador
dos preconceitos em relação a seu papel na política e na história, agora, as
mulheres necessitam ter em Dilma esse mesmo papel libertador.
Tive
a honra de ser convocado pela Presidenta da República para exercer o nobre
cargo de Ministro de Estado da Justiça do Brasil. Tenho a consciência da
responsabilidade do cargo, dos desafios e dos grandes problemas que, em
conjunto com a minha equipe, terei que enfrentar. Mas de uma coisa tenho
orgulho e certeza: estarei sob o comando de uma mulher de valor, forte, ética,
combativa, profunda conhecedora da arte de governar e que marcou a sua vida
pela luta pela liberdade e pela transformação do nosso país. Aliás, se me
permitem, não posso deixar de registrar um fato curioso da minha vida. Sempre
fui comandado por mulheres no exercício da minha vida acadêmica, profissional e
pública. Ingressei na vida acadêmica na Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo, como professor assistente de uma professora, minha querida amiga Dra.
Silvia Pimentel. Ingressei na Procuradoria do Município de São Paulo, sendo
comandado por vários anos por procuradoras-chefes. No meu primeiro cargo de
confiança, fui assessor da então vereadora petista, hoje já falecida, a
feminista Irede Cardoso. Como agente político, tive a honra de ser nomeado
Secretário de Governo – vejam que incrível coincidência! – pela primeira mulher
eleita Prefeita de São Paulo, a minha querida amiga e companheira Luiza
Erundina de Sousa, a quem devo render sempre as minhas mais sinceras homenagens
pelos ensinamentos que me deu, especialmente no plano ético, ao longo da minha
vida pública. Como Presidente da Câmara Municipal de São Paulo, compartilhei o
exercício do poder municipal com a segunda Prefeita da cidade, a hoje Senadora
eleita da República, Marta Suplicy. E, finalmente, agora serei comandado pela
Primeira Presidenta da República do Brasil.
Como
homem que vê em quaisquer das formas de preconceito o mais sórdido dos
pensamentos humanos, posso dizer em alto e bom som: tive, tenho e sempre terei
um grande orgulho de ser comandado por mulheres. Farei o possível, no limite
das minhas possibilidades, para que a Presidenta Dilma Rousseff faça um
excelente governo. Um governo que esteja à altura do seu antecessor. Um governo
que enfrente com coragem e competência os desafios históricos que a realidade
do nosso país nos apresentará. Um governo de uma mulher que sepulte de vez os
preconceitos que afastam as mulheres da política e do exercício de postos de
comando. Um dos desafios que teremos que enfrentar será o combate ao crime
organizado, a redução da criminalidade, da violência e do consumo de
drogas. Esta será uma das prioridades do
governo da Presidenta Dilma Rousseff. E, por isso, será também a grande
prioridade do Ministério da Justiça, enquanto estiver sob a minha condução.
É
sabido que no âmbito da repartição das nossas competências federativas, a
segurança pública, em sentido estrito, é uma tarefa acometida aos Estados.
Todavia, esse fato não pode ser utilizado como uma desculpa para que o governo
federal, mesmo obedecendo às suas estritas competências constitucionais, também
não chame para si a responsabilidade de desenvolver ações e projetos nesta
área. È chegada a hora de percebermos que uma intervenção séria de combate ao
crime organizado apenas será exitosa se conseguirmos articular ações
preventivas e repressivas que, bem pactuadas e executadas, envolvam a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios. É chegada a hora de articularmos e
executarmos um verdadeiro “Pacto Nacional de combate ao crime organizado, à
violência e ao consumo de drogas”.
Este
pacto não pode e não deve ser meramente retórico, tendo apenas como destino a
elaboração de um produto midiático. Ele deve envolver planejamento, ações
integradas, apoios federativos mútuos trocam de experiências e comunhão de
ideais. Ele não deve ser feito para favorecer a vida política deste ou daquele
Ministro ou deste ou daquele Governador ou Prefeito. Ele deve ser um pacto de
Estado, feito por agentes políticos impessoais que pensam antes na sua
responsabilidade pública do que no próprio favorecimento da sua condição
política pessoal ou partidária. Nós, homens e mulheres, que hoje somos chamados
ao exercício de governos não podemos ficar aquém dos grandes desafios que a
história nos coloca. O povo brasileiro clama por segurança, pelo combate aos
danos sociais causados pelo consumo das drogas, pelo enfrentamento do crime
organizado. O Brasil terá diante de si, em breve, a realização de eventos
internacionais de grande envergadura, onde estaremos sob os holofotes de todo o
mundo. Por isso, é chegada a hora de minimizarmos as nossas divergências
político-partidárias, na busca daquilo que mais nos une e não nos dedicarmos a
encontrar aquilo que mais nos diferencia. É hora de buscarmos mais as nossas
convergências do que as nossas divergências. Não podemos nos apequenar.
O
Estado do Rio de Janeiro, recentemente, nos deu um grande exemplo de que quando
a União, o Estado, o Município, as polícias, as forças armadas, os meios de
comunicação e a sociedade se unem em torno de um objetivo comum, os resultados
acontecem. Temos que aprender com esta experiência, aprofundá-la,
aperfeiçoá-la, e levá-la aos quatro cantos do território nacional. Se existem
interesses político-partidários, pessoais, corporativos, ou outros de quaisquer
naturezas, eles devem ceder espaço à pactuação em torno da defesa do interesse
público, da nossa sociedade e do nosso país. O Estado brasileiro é mais forte e
poderoso que o crime organizado. Tenham certeza disso. E nós, brasileiros e
brasileiras, governantes e governados, vamos demonstrar isso, doa a quem doer.
Nesse
enfrentamento, não apenas a Presidenta da República e seus Ministros,
governadores e Prefeitos devem estar envolvidos. Teremos que sentar juntos e
dialogar com os nossos magistrados, com os membros do Ministério Público, com
as autoridades fazendárias, com as autoridades policiais e com as entidades da
sociedade civil. Eventuais interesses corporativos, sejam eles legítimos ou
não, devem ser secundarizados. Sem a convivência harmoniosa de juízes,
promotores de justiça, delegados de polícia, polícia federal, polícia
rodoviária federal policias estaduais civis e militares, advogados, defensores
públicos, muito pouco poderá ser conquistado. Da mesma forma sem a participação
ativa do Congresso Nacional, aprovando as leis e medidas necessárias, as
dificuldades não serão vencidas. Há, porém, um divisor de águas que deve ser
imediatamente estabelecido nesse horizonte de pactuação. Nele não poderão ter
assento, ou lugar, autoridades ou servidores que se curvaram ao peso da
corrupção. O crime organizado, em qualquer lugar do mundo ou da história,
apenas floresce quando autoridades corrompidas nele se inserem ou fecham os
olhos à sua atuação. E aqui me refiro a autoridades corrompidas que porventura
tenham assento em quaisquer dos Poderes do Estado.
Não podemos ser complacentes, em nenhuma
medida, com a corrupção, não importa de onde ela provenha. Por sua vez, o
Ministério da Justiça, no exercício das suas próprias competências legais, deve
continuar cumprindo o seu papel. A propósito, não posso deixar de nesse
momento, lembrar, enaltecer e agradecer a magnífica atuação dos três Ministros
que me antecederam ao longo destes oito anos do governo do Presidente Lula. O
primeiro, o Ministro Márcio Thomas Bastos, grande amigo, advogado e jurista, de
quem sempre tive o mais amplo e incondicional apoio ao longo de toda a minha
vida pública, e com quem espero sempre contar com as orientações e
ensinamentos, ditados pela sua magnífica experiência no Ministério, na vida e
nos Tribunais. O segundo, o Ministro Tarso Genro, hoje Governador do Estado do
Rio Grande do Sul, meu querido amigo, companheiro de partido, “guru” político e
incentivador de todas as horas e a quem devo muito da minha trajetória política
atual. E finalmente, o terceiro, o meu amigo Ministro Luis Paulo Barreto, a
quem devo também o permanente carinho e amizade com que sempre me recebeu nesse
Ministério. Aliás, querido amigo Barreto, não posso deixar de louvar o seu
espírito nobre, a sua humildade dignificante, a sua abnegação à causa pública
quando hoje, ao ser por mim convidado para ocupar a Secretaria-Executiva do
Ministério, mesmo já tendo exercido o cargo de Ministro de Estado, aceitou esse
encargo que tão bem soube exercer no passado. Profundo conhecedor das
atividades realizadas pelo Ministério da Justiça, você é pessoa para mim
imprescindível no exercício das minhas novas atividades. Fica aqui o meu
sincero agradecimento.
Também
espero contar com o apoio de todas as unidades administrativas do Ministério da
Justiça, ao longo da minha gestão. Sem sombra de dúvidas a Secretaria Nacional
de Segurança Pública, o Departamento Penitenciário Nacional, o Departamento de
Polícia Federal e o Departamento de Polícia Rodoviária Federal terão a
espinhosa missão de dar continuidade ao bem desenvolvido trabalho que desempenharam
sob a orientação dos três brilhantes Ministros que me antecederam, acrescidas
agora das novas tarefas que receberão pelo fato de terem de atuar na linha de
frente de uma prioridade de governo. O PRONASCI – Programa Nacional de
Segurança Pública com Cidadania que será por nós administrativamente alocado
dentro da estrutura da SENASP, terá continuidade e será ampliado a partir da
manutenção dos seus próprios objetivos. O policiamento das nossas fronteiras
deverá ser reforçado, a partir dos programas atualmente executados, da
implementação de novas tecnologias, e da intensificação de acordos com os
países que conosco mantém fronteiras, visando a integração das atividades
policiais e dos serviços de inteligência. Da mesma forma, a Polícia Federal
deverá prosseguir na mesma linha de atuação desenvolvida ao longo do governo do
Presidente Lula. Aliás, não posso deixar de enaltecer o magnífico serviço
prestado pelo Diretor que hoje deixa o cargo, Dr. Luis Fernando Correia, seja
do ponto de vista da gestão e da modernização da unidade que dirigiu, seja do
ponto de vista da sua atuação republicana. A Polícia Federal não pode ser a
polícia de um governo. Deve ser a Polícia do Estado Brasileiro, atuando sempre
a partir de padrões republicanos e de seriedade investigativa. Deve buscar a
eficiência máxima, sem a espetacularização das suas ações, sempre recrimináveis
por serem nocivas ao resultado desejado na apuração de delitos ou por serem
atentatórias aos direitos dos cidadãos que, embora investigados, só podem ser
considerados culpados, por imposição constitucional, após o trânsito em julgado
das respectivas sentenças condenatórias. Hoje os policiais federais têm orgulho
de pertencer a esta instituição. E os brasileiros têm orgulho da sua atuação.
Que assim continue a ser.
A
Secretaria Nacional de Justiça também continuará exercendo suas atividades
ordinárias, dando-se ênfase àquelas que dizem respeito ao combate ao crime
organizado, em especial às atividades de recuperação de ativos de origem
ilícita. Deverá também ampliar ainda mais a sua atuação em âmbito
internacional, com o objetivo de aumentar o combate aos crimes transnacionais a
partir do estabelecimento de acordos de cooperação entre países. Também terá
como a tarefa a continuidade da busca de um tratamento digno e humano para
todos os imigrantes. A Secretaria de Direito Econômico que seguramente será
reformulada a partir da esperada modificação legislativa que redimensionará o
CADE – Conselho Administrativo de Defesa Econômica, continuará a ter papel
ativo na adoção de ações efetivas de proteção à ordem econômica e à livre
concorrência, prevenindo, apurando e reprimindo infrações. Especial ênfase
deverá ser dada também a questão dos direitos do consumidor, aspecto
indispensável na afirmação e na preservação da cidadania de todos os
brasileiros. A intervenção em grandes e importantes elaborações e discussões
legislativas deverá marcar, no próximo período, a atuação da Secretaria de
Assuntos Legislativos. A necessidade de aperfeiçoarmos a nossa legislação
processual, tanto de âmbito civil como penal, bem como a aprovação de leis
previstas no texto da nossa Constituição Federal que ainda não foram editadas,
exigirão um forte ritmo de trabalho desta unidade. Também tenho por
imprescindível que, em colaboração com o Ministério do Planejamento, busquemos
a reformulação legislativa de antigas leis que definem a estruturação e a
gestão da própria Administração Pública Federal. Tenho esta tarefa, também,
como inadiável.
A Secretaria de Reforma do Poder Judiciário,
com o objetivo de ampliar as suas metas de atuação, terá oportunamente a sua
denominação alterada para Secretaria de Política Judiciária. Preservando as
iniciativas constitucionais próprias e a autonomia do Poder Judiciário, seu
papel será o de atuar na busca de subsidiar as transformações necessárias ao
nosso sistema de prestação jurisdicional. O Poder Executivo, indiscutivelmente,
muito pode apoiar e colaborar com a modernização e a agilização deste sistema,
bem como com a ampliação do acesso à Justiça. A Defensoria Pública da União
deverá ser tratada com a dignidade que as suas nobres funções exigem.
Inconfundível no seu plano de atuação institucional com o Ministério Público ou
com a própria Advocacia da União, sua atuação é imprescindível para a afirmação
plena da cidadania a todos os brasileiros. E, dentro desta perspectiva, deverá
receber todo o apoio, na sua atuação institucional, por parte do Ministro da
Justiça. Também não podemos esquecer do importante papel que exerceu e que
deverá continuar a exercer, no Ministério da Justiça, a Comissão de Anistia.
Sempre que atendidos os pressupostos legais, o Estado brasileiro tem o dever
jurídico e moral de reparar os danos que causou a cidadãos durante os anos de
obscurantismo e de arbítrio. Esta é uma premissa do Estado de Direito. E podem
ter certeza de que, enquanto Ministro de Estado da Justiça, zelarei para que
esta reparação seja obtida em padrões de razoabilidade, de justiça e com a
maior rapidez possível.
Finalmente,
também a Fundação Nacional do Índio – FUNAI receberá uma atenção especial do
Ministério da Justiça. Não me agrada ouvir, como tenho ouvido, que esta
Fundação é o “patinho feio” da Administração Federal. O que for necessário para
que consigamos umas atuações eficientes na realização das suas importantes
competências legais, indubitavelmente, será por nós prontamente feito.
Respaldaremos inteiramente a sua direção no combate a eventuais transgressões e
desmandos. Não toleremos abusos de qualquer natureza, independentemente de quem
sejam os seus autores.
Espero, com isso, a partir destas premissas de
atuação que serão ao longo do próximo mês especificadas em um plano estratégico
global de atuação do Ministério, e em detalhados planos setoriais, contar com a
unidade, o trabalho intenso e a abnegação de todos os nossos servidores. Da
mesma forma que estarei disposto a ouvir críticas e sugestões, serei rigoroso
na exigência de uma eficiência máxima de todos, independentemente da função ou
do cargo que exerçam. No mais, não
poderia deixar de fazer alguns agradecimentos especiais. Em primeiro lugar, à
Presidenta da República, Dilma Rousseff, por ter confiado em mim para o
desempenho de tão difícil e nobre tarefa. Podem ter certeza que me empenharei
ao máximo para não decepcioná-la, sempre agindo com lealdade e dedicação.
Em segundo lugar, após já ter agradecido aos
três Ministros que me antecederam, o agradecimento à minha família que em todos
os momentos da minha vida, incondicionalmente, sempre me apoiou, apesar das
minhas longas ausências no convívio familiar. A meus queridos pais, Joel e
Zilda, e à minha querida tia Darcy que me deram a vida e as condições de
vivê-la bem, dando para mim, com seu esforço pessoal, com seu amor, carinho e
compreensão, um verdadeiro exemplo de retidão, de honestidade e de dignidade a
ser seguido. A minha filha Mayra, companheirona compreensiva e amorosa de todas
as horas, fica o desejo que a sua vida continue sempre sendo rosa e que eu
possa estar sempre ao seu lado para vive-la como você sempre mereceu e continua
a merecer. Não posso também deixar aqui de fazer um agradecimento muito
especial à minha ex-exposa e hoje grande amiga, a Procuradora de Justiça do
Estado de São Paulo, Sandra Jardim. Você sempre esteve ao meu lado, tanto nos
momentos bons, como nos ruins. E agora, como amiga, também não tem sido
diferente. Muito Obrigado.
E,
finalmente, também um agradecimento especial a todos os meus amigos que na
infância, na adolescência, na universidade e nos dias atuais sempre me apoiaram
no limite das suas possibilidades. Como não posso agradecer a todos, peço
desculpas por mencionar apenas alguns que representam para mim a amizade mais
pura e leal, em momentos distintos da minha vida. Aos demais, por favor, pela
impossibilidade de que pudesse ser diferente, peço que se sintam representados
por estas menções que seguramente dizem respeito a momentos especiais e
próprios das nossas existências. Representando os meus amigos de infância quero
agradecer à minha amiga Sonia Arcanjo com quem convivo desde os momentos em que
iniciamos a aprender música juntos, ela tocando muito bem o violão e eu
pessimamente o piano. Representando os meus amigos de faculdade quero agradecer
o meu irmão Ernesto Tzirulnik, grande advogado, amigo e companheiro de Centro
Acadêmico 22 de agosto que me inseriu no mundo da política, mundo do qual,
apesar das tentativas, até hoje não mais saí. Representando meus amigos que
conheci no exercício das atividades parlamentares, meu agradecimento ao meu
grande companheiro Luis Carlos Sigmaringa Seixas. Você sabe, Sig, que teve e
tem um papel decisivo na minha vida pessoal e política, e sem sombra de dúvida,
é um dos grandes responsáveis pelo fato de hoje eu ter sido chamado a esta
tarefa ministerial que hoje assumo. E, finalmente, representando os que iniciaram
comigo uma relação de amizade me tendo por professor ou como chefe, e que
perdura e perdurará através dos tempos, agradeço ao meu querido amigo, o jovem
e brilhante advogado Marco Aurélio Carvalho. Sua lealdade, companheirismo e
amizade, sempre foram e serão para mim insubstituíveis.
E
sendo assim, para todos vocês que aqui vieram para prestigiar esta cerimônia de
transmissão de cargo, meus sinceros agradecimentos. E que Deus me ajude a
cumprir bem, com dignidade e ética, a missão que hoje recebo da Presidenta
Dilma Roussef.
Muito
Obrigado.
"CHEGA DE PIQUE ESCONDE", EXIGIMOS NOSSOS DIREITOS CONSTITUCIONAIS PREVISTOS EM LEI!
ResponderExcluirDEMOCRACIA SE FAZ MOSTRANDO AO POVO A VERDADE E SEUS DIREITOS, TUDO DE FORMA TRANSPARENTE E NÃO ESPERANDO O PERÍODO ELEITOREIRO...
ResponderExcluirO discurso, atingiu os "gestores" sim. O ministro cita todas as instituições funcionais.
ResponderExcluirEle também não esqueceu a polícia ferroviária como instituição pois ela esta na parte orgãnica do MJ. Querer que o ministro fale de uma policia que ainda vai ser estruturada "creio nisso" é demais.
Nem a lei cita policiais, ela cita profissionais de... p/ o departamento de de...
Sugiro muita cautela ao expor Sr. MJ à comentários poucos abalizados. Falar de omissão reflexiva aí sim é outra fala para outro falador.
Qual o impedimento em falar do andamento dos trabalhos em favor da estruturação e do grupo de trabalho criados pelo Sr. MJ?
ResponderExcluirSempre tivemos cautelas em falar deste mister. Evidentemente, que queremos somente ser informado a respeito e não sermos esquecidos como no passado.
ResponderExcluirImpedimento nehum companheiro!!! estamos falando do tópico frasal abaixo.
ResponderExcluir"DISCURSO DO MINISTRO DA JUSTIÇA NÃO ATINGE GESTORES DA SEGURANÇA PÚBLICA E ESQUECE DE MENCIONAR A PFF".
Ademais, considero bastante impróprio num discursso de posse falar do que não foi estruturado ainda. É um tema para outra fala no quesito da OMISSÃO.